segunda-feira, 14 de setembro de 2009

penumbra

Fiz uma lista das arestas e frestas que te deixavam escapar aos pedaços.
A noite inteira com a cara clara, operária de rédeas e cabresto,
tecendo a alvenaria dos cheios e vazios, sóbria, não sei de quais espaços:
Cheio, Vazia; Vazio, Cheia; mirando os buracos no espaço da viseira.
Viseira estúpida que me guiou por ângulos tão retos e cantos desencontrados,
e a pá que espalhava a massa não cabia na mira do seu holofote quadrado,
Tapei ventos, sussurros e cantos que me enfeitiçavam,
mas acontece que ainda assim quando era dia a cela clareava.

2 comentários:

Anônimo disse...

como te disse, esse teu texto é muito bonito. conciso. em noites de outra claridade, melhor que isso só mesmo ouvir e cantarolar "betinha" tomando umas cervas. de preferência, numa segunda-feira noite adentro... não há ulisses que tape ouvidos e sentidos aos feitiços!

Josias de Paula Jr. disse...

Bonito. Denso e bonito.