quarta-feira, 1 de abril de 2020

2020, o diário do mundo. 3.

Tentando me casificar, como quem se corporifica quando se lembra que tem dedo porque o dedo está machucado e machuca, ando me vendo pelas paredes que me vêem de todos os ângulos de dentro da casa.
A gente aprende a personificar o que está a nossa volta e a redescobrir o afeto que existe naquilo que sempre esteve lá.
Estou presa a uma infinidade de ângulos e texturas daqui de dentro e tentando buscar toda a poesia que não compensa o fluxo do sentimento de culpa por aqueles que estão do lado de lá.
Ouvi por cima dos muros dos autofalantes, dos que por incrível que pareça se dizem importantes, que há vidas menos importantes.
Sofri e gritei às paredes, às alturas, ao quintal, ao pedaço de céu que desobediente me sobra, aos que sempre estarão comigo e estão agora, COMO PODE A MALDADE PRA ALÉM DA LOUCURA VINGAR?!
Ahh, estamos quietos. Mas sairemos mais fortes e mais espertos, pra mostrar a força do mundo ao TODO.

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