domingo, 29 de outubro de 2017

ignição

- aonde vais com essa bandeira? livra-te logo desse peso!
- mas é que acredito na beleza do meu lugar, acostumei aqui.
- pois eu sou livre nação, acredito que a beleza está em todo lugar...
- mas e o amor, o amor cria raízes, não é?
- a força do amor está justamento no movimento, na liberdade de seguir. Assim como tudo mais...
- que tudo?
- tudo, ora! queres viver ou não?
- ah, quero muito! mas não sei como...
- salta, voa, pára, toma impulso e voa mais longe!
- mas você ainda esta aqui...
- sim, aqui, mas também já estou lá...
- de que maneira?
- a vontade de seguir já é meio caminho andado.
- e a outra metade?
- vira a chave, intrépido amor, e vive em combustão!


diálogo-poema a quatro mãos, com Hamilton de Oliveira.
obrigada, amigo!

sábado, 7 de outubro de 2017

O voo

Na primeira noite ela sonhou que dançava de um jeito tão leve e tão entregue que parecia que em seus saltos flutuava no ar.

Logo depois sonhara que patinava numa pista tão lisa e tão cheia de curvas que escapulia dando piruetas no ar.

Na sequência sonhou que corria tanto e tão rápido que perdia o controle e não podia evitar de voar.

Hoje ela vive acordada.
Dança, patina e corre de vez em quando,
Nas poucas horas em que resolve pousar