A gente vai morrendo aos pouquinhos que é justamente pra viver o caminho.
Tem dia que a gente acorda e nem dá vontade de renascer.
Nesses dias parece até que a gente morre mais, gastando as horas sem ter pra quê.
Eu gosto mesmo é dos dias que a gente morre feliz. Gasta fôlego, suor e sorriso a pauladas e golpes afins.
Eu vou morrer devagarinho, me parindo novamente todo dia. Nascendo pra morrer vivendo.
O segredo é desviar do peso morto, não dar conversa pro malassombro e seguir apreciando o serviço de bordo.
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sexta-feira, 27 de abril de 2018
quarta-feira, 11 de abril de 2018
Jasmim
O cheiro da flor de jasmim depois da chuva traz uma sutil alegria durante a caminhada noturna.
Mas é que a flor está fora da caverna e não tenho certeza se posso alcançar.
Apenas o coração que acelera, se angustia, se acalma, se conforma, sente o cheiro, e volta a acelerar.
E pensa, o que estou fazendo aqui dentro sentindo o cheiro filtrado pelo medo se também habito, nos melhores momentos em que me falta o ar, o lado de lá?
Quero vê-las sem filtros, antes da corrente de ar.
Preciso ter certeza que já não são rostos mortos que estão a adornar.
Já sei que são belas e precisas, mas como aplacar?
Foto: @perlaberwanger
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