-Por que dizes isso para mim?
-Estou falando porque sei. Do fio mais fino do tempo viemos, seremos tudo de mais breve.
-Não acredito em ti!
-Pois não deverias perder tempo lamentando o percurso, acabas por perder o teu fim.
-Fim? Então não vês que nascemos para o ardor das mais fortes paixões?
-Tens razão. Quão breve nos são, a vida e as paixões. O tempo de um suspiro.
-E o perfume, não sentes?
-Ah, como sinto, caro aos mais felizes de vivê-los!
-Então amanhã...
-Amanhã não havemos, há um tempo de luz que jamais verás.
-Quando?
-Por que não ficas quieto e sente o calor? Novamente, terás feito nada além de lamentar.
-E esse calor, o que é?
-Não é bom?
-Gosto. Sinto como se fosse espalhar-me.
-Êxtase liquefaz. Iremos com os primeiros raios mais fortes.
-Como brilha! E como é perfumado!
-Serena!
-Sereno.
-Da beleza da alvorada aos espinhos de nossa mãe.
sexta-feira, 6 de junho de 2008
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6 comentários:
Desde a cantiga do cravo e da rosa não sentia uma melodia de tão delicado calor. Que sol Ana Maria, que sol!
Que comentário lindo!!!
Será que merecido??
Beijo, Hamilton!
Sublime e esplendoroso!
Digno de menção honrosa em nossas lembranças.
C'est la vie, mon amie!
C'est toi!
Bjos
Floc
lindo!
Extase liquefaz... Vou fazer a hermeneutica dessa definiçao. Tas com veia de escritora ja, visse!
Bjo
Mais uma de primeira, Ana. Poema em diálogo! Um troço dificílimo!!
Bonito pra burro e com um desfecho fantástico.
ps: O próximo post - o do prisioneiro -, está muito legal também Mais hermético... Valeu!
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