Hoje Camila acordou com muita preguiça.
Preguiça da rua igual, banal, tal qual sempre foi.
Rua de feiura, de faróis que nos desviam e de olhos que se perdem.
Da gente toda com cara de Munch, a engolir desespero e fumaça.
Hoje a preguiça era tanta que Camila sequer abriu os olhos.
Afastou os fantasmas e se cobriu de corpo e alma.
Preguiça dos assombros lá de fora, os mesmos de sempre.
Bocas largas de bueiro, olhos esbugalhados de Goya.
Hoje Camila não saiu da cama; paralisia, é a preguiça.
Só mais uns pouquinhos, de minutinho a minutinho;
Sendo devagarzinho, sem pretensão de ser;
Voltou a sonhar, com as noites estreladas de Gogh.
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