sexta-feira, 6 de dezembro de 2019
II. A detetive
Ela sempre viveu de recolher vestígios,
pequenas pistas de afeto não explícito,
que depois de grandiosos pela lupa de vidro,
eram dispostos em forma de coração.
A presença ali recém sentida,
o rastro do perfume,
a fotografia dos objetos em prontidão,
o choque do toque de segunda mão.
Depois, na parede do seu quarto,
os pedaços duros dos achados
se montavam justos e aquecidos
e desfibrilavam o peito solitário.
Como quem vive dos pedaços do outro,
que jamais se desfecha para ela entrar.
Arte: gostaria muito de saber o autor da ilustração (se alguém souber fazer o favor de avisar 😍)
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