A gente se equilibra pequeno na sacada do oitavo andar
ou no parapeito da janela do quarto
ou na mureta da casa de paredes baixas,
que dá pra rua sem função de estrada,
como em prece de quem pede perdão atrasado,
com pouca esperança de convencer o mundo uma chance de voltar.
Eu, se fosse o mundo, não deixava.
A gente empina a cara pra fora e se retorce em busca de um pedaço de céu ou de sol, aponta as narinas pra o clima que pela primeira vez atravessa fresco o asfalto,
pensa que o mato da calçada cresceu tão rápido
ou que a tarde está absurdamente mais majestosa
mas que ainda há quem negue lá fora
o próprio pecado,
afastando com a feiúra da loucura humana a cura ou o perdão que poderiam chegar
Você, se fosse o mundo, perdoava?
Não somos o mundo.
Não somos o mundo.
Que sorte a nossa.
Temos uma chance, quem sabe, de mudar.
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