quinta-feira, 17 de abril de 2008

estúpida permanência

Agora sim, acabou pra mim, continua pra ti.
Mas antes disso tive que suportar íngremes dias escalando as horas compridas com pensamentos repetitivos. Ah, mas quando perdi o controle foi um alívio!
Agora está certo, o tão nobre que tinha acabou pra mim, o trivial que sempre quererás continua pra ti.
O que mais tenho a perder se chego ao limite? O esgotamento nos paraliza. Arrefeceram os pensamentos. Os sons misteriosos do silêncio das horas agora estão mais harmoniosos. Depois que perdi o controle me fiz satisfeita, passiva ao tempo.
Deixo agora todo o desprendimento de tudo que tinha pois desprendo-me de ti. E tu, continuas preso ao mesmo desejo vazio, supérfluo linear que agora rompi.
O amor que sente, o amor que pensa, esgotaram-se batidas e tentativas, invisíveis e palpáveis. A mim não importa mais tudo que tanto me importou. A ti, que sempre importou pouco, te importa agora mais.
Depois do alívio que veio da queda, passos calmos e firmes, batidas compassadas. A ti, ofereço as costas, não há palavras nem restos do muito que havia em mim. E tu, permaneces no lamento, litania ignorada, desejos medíocres não mais correspondidos. Adeus.

3 comentários:

Josias de Paula Jr. disse...

Linhas de tempo com fusos,
desgastadas pelo mal uso.

Traços a borrar
a linda aquarela;
seguirão juntas,
sem se achar,
como infinitas
paralelas...

Anônimo disse...

Ninha.....
Muito introspéctivo e triste porém catártico.
Beijos

Anônimo disse...

espero que esse ai não seja eu..