sexta-feira, 12 de junho de 2015

non, rien do rien, meu bem

Non, rien de rien, meu bem.
O pouco não agrada, mas nos encantamos com o tudo.
As enormidades nos enchem os olhos e o coração, não?
O amor chega grande e contagia tudo que há em volta.
A vida fica plena, cheia, gorda. É tudo um exagero.
Exagero de felicidade. Peito feliz, coração exagerado.
O problema é que todo exagero carrega o fantasma do nada.
O dia do muito é a véspera do pouco, non?
Acabou a festa? É domingo à noite? O amor acabou?
O oco é muito pouco para quem viveu o muito, obviamente.
A pausa musical é tão linda quanto angustiante.
Rien de rien. E respira que virão os próximos acordes.


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